sexta-feira, 15 de outubro de 2010

~ tempo by: @lukinhas_rios

O tempo e eu somos amigos

A gente brinca de desenhar, escrever

Ou rabiscar um futuro, fazer estradas com curvas

Caminhos eloqüentes sem saber onde vai dar

A música me estende a mão

Uma letra complexa de entender

Melodia sem nexo

Que só faz eu me perder

Tenho um jogo nas mãos

Que insano e perturbado, o destino proporcionou

Lábios quentes forçam o dizer

É confuso entender, mas é regra jogar

Não diz o saber, mas saiba se defender

Pois a carta maior que levo é o amor

Há um valete entre rei e dama

Uma dama implorando valete

Um rei sem reinado

Sem amor, sem tratado

Dama que mente

Valete inocente, não sente.

Meus olhos é o que há de mais precioso

Quando fracasso ou quando me calo

O brilho torna-se fogo

Insiste em gritar as mais insanas palavras

Em querer os mais loucos desejos

E já é tarde para o poder

Pois a figura dos meus olhos

O tempo vai esconder.

Um dia perdi o “pra sempre”

Um dia, desde sempre

Que tão cedo existiu

E assim foram as incríveis manhãs

O doce cacarejar do galo

O mais puro entardecer

Até o canto do pássaro já não ouço

O que fazer se a lua agora vive triste

Se o sol não aquece, nem brilha

E tudo que fora magia, só existe rastros.

Falam sobre tantas coisas perfeitas

E nunca vi nada parecido.

Então digo que acredito em anjos

E me chamam de louco

Que eu sou o irreal

Na verdade nem sei o que sou

E que importância isso têm?

Se o que realmente importava

O tempo levou.

A chuva apagou

Só existem rastros, vestígios

Pedaços de um coração destroçado

Formas de um sorriso vazio

Manchas de um olhar ferido

E na mente sonhos esquecidos

Mas que o tempo não roubou.

Tempo amigo das melhores lembranças

Dos pecados e desejos tentadores

Amigo de um passado amargo

De um futuro amordaçado

E inimigo de um tempo cobiçado.

O meu tempo já se foi

Por um caminho sem rumo

Sem volta e recomeço.

Aqui vou

Eu o meu bom velhinho amigo

O tempo.

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